Câncer de Intestino Hereditário
O câncer de intestino, embora represente apenas 10% dos casos de câncer intestinal, assume uma relevância significativa quando consideramos sua prevalência global. No Brasil, ele ocupa a posição de segundo tumor: mais comum tanto entre homens, quanto entre mulheres. Anualmente, registram-se aproximadamente 2.054 casos de câncer de intestino hereditário no país. Diante de números tão expressivos, torna-se imperativo aprofundar nossa compreensão dessa condição.
Identificando o câncer de intestino hereditário
Em primeiro lugar, é importante diferenciar os momentos em que é necessário suspeitar de câncer de intestino hereditário na família. Isso inclui:
- Idade: quando uma pessoa ou um parente próximo recebe o diagnóstico de câncer de intestino antes dos 50 anos de idade;
- Histórico familiar: quando a história da família inclui casos de câncer de intestino, estômago, pâncreas ou fígado, como o pai com câncer de intestino e o avô com câncer de estômago;
- Polipose: quando há a necessidade frequente de remoção de pólipos durante colonoscopias, com a retirada de pelo menos 10 pólipos ao longo da vida ou mais de 100 em uma única colonoscopia;
- Múltiplos tumores: quando o indivíduo enfrenta dois tumores do trato digestivo em momentos diferentes, como câncer de estômago aos 40 anos e câncer de intestino aos 46 anos;
- Conhecimento familiar: quando a família tem conhecimento de casos de câncer de intestino hereditário.
Como lidar com a informação de câncer de intestino hereditário?
- Cuidados médicos: o conhecimento de que se pertence a esse grupo permite que o médico implemente um programa de rastreamento de tumores de alto risco. Isso engloba a realização de colonoscopias anuais, endoscopias periódicas e outros exames.
- Tratamento personalizado: caso o paciente esteja em tratamento para câncer de intestino, seu oncologista pode utilizar essa informação para ajustar o tratamento de acordo com as necessidades específicas do caso;
Além disso, a família também pode se beneficiar dessa informação através de programas de rastreamento de tumores diferenciados, uma vez que eles também podem estar em risco. Portanto, essa informação é valiosa não somente para o indivíduo, mas para todo o núcleo familiar.
Síndrome de Lynch
Para compreendermos melhor o risco de desenvolver câncer de intestino hereditário, é essencial considerar a síndrome em questão. Na síndrome de Lynch, por exemplo, o risco chega a 60%, enquanto na polipose adenomatosa familiar, ele é de 100%.
Em contrapartida, a população em geral, sem mutações genéticas, enfrenta um risco ao longo da vida de apenas 5%. É importante ressaltar que o aumento de risco não se restringe ao câncer de intestino, abrangendo também cânceres de endométrio, sistema nervoso central e outros tumores digestivos.
Vale mencionar que um caso recente que chamou a atenção foi o do ator Chadwick Boseman, protagonista do filme “Pantera Negra”. Diagnosticado aos 39 anos com câncer de intestino, ele tinha indicação para realizar o teste genético devido à sua idade.
Por fim, é fundamental lembrar que abril é o mês de conscientização do câncer de intestino. A Organização Mundial da Saúde recomenda que todas as pessoas com 45 anos ou mais se submetam a uma colonoscopia de rastreamento como parte de suas medidas preventivas.
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