Catarata e lente intraocular

A catarata é uma condição ocular caracterizada pela opacificação do cristalino, uma estrutura transparente do olho responsável por focar a luz na retina. Quando o cristalino perde sua transparência, na maioria das vezes devido a idade, a visão fica turva, embaçada e menos nítida. 

Saiba que a cada quatro pessoas com mais de 75 anos, três delas têm catarata, ou seja, é uma condição muito frequente. A boa notícia é que existe tratamento através de uma cirurgia, realizada através de um pequeno corte no olho, menor que 3mm. 

É através do corte que o cristalino com problema é fragmentado e retirado. No lugar, uma lente intraocular é implantada. É importante saber que esse procedimento é rápido, seguro e com altas taxas de sucesso e que uma vez que a cirurgia de catarata é realizada, ela não volta mais, isso significa que a cirurgia é definitiva.

Lente intraocular para catarata

A lente intraocular, além de tratar a catarata, pode corrigir outros problemas comuns, como miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia. Por isso, é importante conversar com o médico Oftalmologista para definir a melhor opção para cada caso.

Vale saber que diferente do passado, a pessoa escolhia se a lente deveria ser nacional ou importada e isso acontecia porque o mercado disponibiliza  apenas a tecnologia monofocal. Atualmente, existem outras tecnologias que permitem a correção do grau.

Tipos de lente intraocular

Antes de tudo, é válido saber que o olho necessita de foco em três principais distâncias:

  • Perto: distância usada para leitura e celular;
  • Intermediário: distância usada no computador e painel do carro;
  • Longe: para assistir televisão e ver placas no trânsito.

Pensando em corrigir essas distâncias, as lentes intraoculares podem ser de quatro principais tipos: monofocais, multifocais, de foco estendido e tóricas. Entenda:

Lentes monofocais

São as lentes mais comuns. Elas têm proporcionam foco em apenas uma distância, que pode ser planejada de acordo com as necessidade e estilo de vida de cada paciente, sendo uma lente que corrige a visão para longe ou para perto, ou ainda visão intermediária.

Nesse caso, os óculos serão necessários para a correção do grau nas demais distâncias que não foram corrigidas. Ou seja, se uma pessoa não enxerga de longe e ou de perto e coloca uma lente monofocal para longe, a visão será corrigida para longe, mas para perto e intermediário continuará precisando de óculos. Por isso, se a pessoa optar pelo uso dessa lente, ela deve saber qual dos problemas interfere mais no seu dia a dia.

Formato da lente

Saiba que existe diferença na qualidade da imagem, dependendo do formato. O formato asférico oferece melhor nitidez, se comparado com o formato esférico.

Material da lente

As lentes monofocais não são todas iguais, pois elas podem ser fabricadas em diferentes materiais, sendo que alguns já permitem uma cirurgia por menor incisão, reduzindo a indução de astigmatismo e a necessidade de sutura. Converse com seu médico para entender melhor cada um desses pontos antes de escolher.

É válido saber que a vantagem da lente monofocal é que ela pode ser usada em todos os pacientes e a desvantagem é a de não corrigir a visão em todas as distâncias e nem corrigir o astigmatismo.

Lentes multifocais

As lentes multifocais foram criadas para exatamente para a correção em outras distâncias e elas podem ser classificadas em dois tipos: 

  • Bifocais, que permitem o foco para longe e para perto;
  • Trifocais, que contam com uma tecnologia moderna, sendo as únicas que permitem a correção do foco nas três distâncias, longe, intermediário e perto. Essa é a principal vantagem: enxergar bem sem óculos em todas as distâncias.

“Fiz um óculos multifocal, mas não me adaptei. Será que vou me adaptar com esse tipo de lente?”

Essa é uma dúvida muito comum, mas é preciso saber que as lentes intraoculares não são fabricadas com uma tecnologia diferente dos óculos. A principal diferença é que durante o uso dos óculos, a pessoa precisa olhar por um determinado ponto da lente para enxergar. Por isso, muitas pessoas não se acostumam com esse tipo de lente.

Já na lente intraocular isso não acontece, pois, independente da posição do olhar, elas dividem a luz através de múltiplos anéis concêntricos. Essa divisão da luz pode dar uma sensação de que a luz espalha um pouco mais e essa situação é chamada de halos. No entanto, essa percepção, geralmente, melhora em alguns meses com um processo de neuroadaptação. 

Uma desvantagem é que as lentes multifocais também podem causar redução da sensibilidade ao contraste quando comparadas com as lentes monofocais, devido a essa divisão na luz. Ou seja, a pessoa pode ter mais dificuldade para enxergar em ambientes pouco iluminados. Por isso, dependendo do estilo de vida que a pessoa leva, pode ser que ela não seja a melhor opção.

Restrição

Enxergar sem óculos é maravilhoso, mas infelizmente a lente multifocal não é indicada para todos os casos. Existem algumas contraindicações que incluem retinopatias, córneas irregulares e outros tipos de patologias oculares.

“Não quero usar óculos, mas tenho contra indicação para colocar uma lente multifocal. O que posso fazer?”

Essa é outra dúvida que precisa ser esclarecida: existe uma tecnologia moderna chamada lente de foco estendido que permite visão nítida para longe e intermediário, sem que ocorra uma grande perda de contraste e halos. Por isso, ela tem menos restrições para o uso quando comparadas às lentes multifocais. Por outro lado, ela não corrige completamente a visão para perto.

Ao usar essa lente, a pessoa enxerga bem para longe e intermediário sem o uso dos óculos, mas para atividades de perto mais detalhadas, como ler uma bula de remédio, é necessário o uso de óculos.

Outra estratégia usada para diminuir a dependência dos óculos é fazer um jogo de equilíbrio entre os dois olhos, uma técnica conhecida como monovisão: quando é corrigido um dos olhos para longe e o outro para perto ou meia distância. Desta forma, a pessoa consegue enxergar de longe, com um olho, e de perto com o outro olho. 

Além disso, é preciso saber que há uma desvantagem de alterar um pouco a percepção de profundidade, conhecida como estereopsia, já que cada olho focará em uma distância diferente. Ela também só pode ser feita quando ambos os olhos tem potencial visual de 100%. 

Na prática, com o uso das lentes multifocais, a pessoa normalmente deixa de usar óculos e nas lentes de foco estendido a pessoa continua precisando do óculos para algumas situações de perto, mas essa necessidade é menor quando comparada às lentes monofocais.

Lentes tóricas

As lentes tóricas permitem a correção de um tipo de astigmatismo, chamado de astigmatismo corneano regular, ou seja, se a pessoa possui astigmatismo irregular, pode acontecer em casos pós-ceratotomia radial, ceratocone ou transplante de córnea, essa lente pode não ser indicada para você.

Saiba que as lentes tóricas podem ser do tipo multifocal, foco estendido ou monofocal, mas é importante ter cuidado no implante da lente tórica, por isso é necessário realizar uma marcação pré-operatória no olho do paciente para que a lente possa ser posicionada no eixo exato do astigmatismo.

Por realizar a correção do astigmatismo em um eixo específico, elas dependem muito de um repouso adequado no pós-operatório, pelo risco da lente poder rodar fora do eixo calculado e não corrigir adequadamente o grau.

Antes de escolher a melhor lente, é importante entender um pouco mais sobre a rotina de cada pessoa:

  • Existem problemas de visão? Quais?
  • O que mais interfere no dia a dia da pessoa?
  • A pessoa não enxerga bem de longe, de perto ou intermediário?
  • O quanto a pessoa deseja ficar longe dos óculos? 
  • Qual a expectativa e estilo de vida? 

É essencial esclarecer todos esses pontos da cirurgia com o médico Oftalmologista. Lembre-se: a lente é para vida toda!

Continue acompanhando nosso site e tenha acesso às informações de saúde e bem-estar confiáveis para você se cuidar melhor!

Veja o vídeo com a explicação da especialista: