Dor no púbis (Pubalgia)

A região do púbis, localizada na parte frontal da bacia, pode ser palco de uma variedade de desconfortos, sendo a pubalgia uma das que mais se destacam. Este termo é utilizado para descrever a dor nessa área, um sintoma que pode ser resultado de diversas causas, tornando o diagnóstico um desafio médico. É fundamental destacar que a pubalgia não constitui uma doença em si, mas sim um sintoma de outras condições subjacentes.

Para compreender a pubalgia é essencial conhecer a anatomia da região. O púbis situa-se na parte inferior do abdômen e é composto por diversos órgãos e estruturas, incluindo os ossos, a musculatura abdominal e da coxa, a bexiga e, no caso das mulheres, o útero e os ovários. Todos esses elementos podem manifestar dor no púbis como um sintoma.

Sintomas e causas específicas de púbis

Para cada órgão ou estrutura na região do púbis, existem sintomas específicos que podem auxiliar no diagnóstico.

1. Hérnia: a dor localizada predominantemente à direita ou à esquerda do púbis e piorar durante esforços físicos, como levantar peso, com possível formação de abaulamento na área afetada, indica hérnia. Essa condição, geralmente, ocorre em apenas um lado, mas pode afetar ambos. A dor tende a diminuir quando a pessoa está em repouso.
2. Infecção urinária (cistite): problemas na bexiga, como cistite infecciosa ou intersticial, podem causar dor no púbis. Essa dor normalmente aumenta à medida que a bexiga se enche e diminui após a micção. Outros sintomas relacionados a infecções, como dor ao urinar, urina com odor desagradável, frequência urinária aumentada e presença de sangue na urina, também merecem atenção.
3. Questões ginecológicas: para as mulheres, é importante considerar a possibilidade de gravidez ou problemas ginecológicos. Avalie se a dor está relacionada a certos momentos do ciclo menstrual, se há corrimento vaginal, dor durante a relação sexual, atraso menstrual ou qualquer outra alteração que sugira uma condição ginecológica.
4. Dor relacionada à movimentação: se a dor piora durante atividades esportivas habituais, como corrida, ou durante movimentos cotidianos, como caminhar, cruzar as pernas, sentar ou levantar-se, pode ser pubalgia de origem ortopédica. Essa dor costuma estar associada a desequilíbrios musculares na região.

Pubalgia de origem ortopédica

A pubalgia de causa ortopédica, muitas vezes, está relacionada a uma inflamação muscular na região do púbis. É frequente em pessoas que praticam esportes que envolvem rotação do quadril, como futebol, tênis e golfe. Inicialmente, a dor é leve e localizada na virilha, surgindo após a prática esportiva. Com o tempo, se não tratada, a dor pode progredir e afetar atividades cotidianas.

Os desequilíbrios musculares entre a musculatura do músculo reto-abdominal e os músculos adutores da coxa, que fecham a perna, são comuns na pubalgia ortopédica. Esse desequilíbrio resulta da tensão entre essas duas musculaturas, gerando desconforto local.

Diagnóstico e tratamento de dor no púbis

O diagnóstico da pubalgia, geralmente, é clínico, baseado na história clínica e no exame físico. Exames complementares, como radiografias e ressonância magnética, podem ser solicitados quando a pubalgia de origem ortopédica é suspeitada.

O tratamento visa inicialmente aliviar a dor e, em seguida, abordar a causa subjacente, corrigindo os desequilíbrios musculares responsáveis pelo problema. Na maioria dos casos, a reabilitação fisioterapêutica, combinada com repouso, analgesia, alongamento e fortalecimento muscular, é eficaz no alívio da pubalgia. Em casos raros, intervenções cirúrgicas de menor porte, como infiltrações ou cirurgias de liberação musculotendínea, podem ser necessárias. Esses procedimentos apresentam altas taxas de sucesso no tratamento.

Embora tenhamos discutido várias causas da dor no púbis, é importante lembrar que existem outras possibilidades. Se a dor afeta sua qualidade de vida ou atividades esportivas, não hesite em procurar um médico para avaliação adequada. Em caso de suspeita de pubalgia de origem ortopédica, o ortopedista, especialmente um especialista em quadril, é o profissional mais indicado.

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