Herpes genital

Nem todos sabem, mas o herpes genital é uma infecção sexualmente transmissível causada por dois tipos de vírus: o herpes simplex tipo 2, mais comum na região genital, e o herpes simplex tipo 1, principal causador do herpes labial.

Essa doença é muito mais frequente do que muitas pessoas imaginam. Para se ter uma ideia, pelo menos uma em cada seis pessoas jovens tem ou já teve herpes genital.

Sendo assim, a primeira informação que deve ser destacada é: quando suspeitar que se tem herpes genital? Quais são os sintomas?

Aqui, é importante fazer uma distinção entre a primeira infecção, que ocorre quando a pessoa é contaminada pelo vírus, e as infecções subsequentes, que acontecem após a infecção inicial.

Primeira infecção por herpes genital

A primeira infecção ocorre algumas semanas após o contato sexual com uma pessoa contaminada. Inicialmente, surgem pequenos grupos de bolhas na região genital. Nas mulheres, elas podem aparecer na vulva, vagina, nádegas e coxas; nos homens, no pênis, escroto, ânus e nádegas. Com o tempo, essas bolhas se tornam úlceras ou feridas dolorosas.

Além disso, após o primeiro contato, podem surgir linfonodos aumentados (ínguas), febre, dor nas articulações e sensação de mal-estar, similar ao quadro de gripe. Normalmente, as lesões se transformam em crostas e os sintomas melhoram em 2 a 3 semanas. Em alguns casos, a pessoa pode sentir dor ao urinar ou até ao evacuar, dependendo de onde as bolhas estão localizadas.

Vale ressaltar que algumas pessoas apresentam poucos sintomas, não percebendo as feridas, e outras podem não sentir nada mesmo durante a primeira infecção.

O que acontece após infecção?

Após a infecção inicial, o vírus viaja por um ramo nervoso e permanece em estado latente ou silencioso na base da coluna vertebral, onde pode ficar por meses ou até anos. Durante esse período, não há sintomas.

Isso é importante, pois é possível que a pessoa tenha se infectado com um parceiro ou parceira e só manifeste a doença anos depois, quando o parceiro já estiver em outro relacionamento. Esse aspecto pode gerar confusão, angústia e insegurança na relação. Portanto, é fundamental entender que, se alguém tem herpes genital, a infecção pode ter ocorrido recentemente ou até há muitos anos, sem apresentar sintomas até o momento.

Muitas pessoas podem ter um segundo episódio, geralmente menos intenso e doloroso em comparação com o primeiro. Esse episódio segue o mesmo padrão de sintomas: vermelhidão, surgimento de vesículas (pequenas bolhas), que se unem formando bolhas maiores, e posteriormente estouram, formando crostas. As vesículas podem surgir na mesma região ou em áreas próximas ao primeiro episódio. Em alguns casos, por exemplo, as bolhas podem aparecer ao redor do ânus, mesmo sem relação sexual anal.

Diagnóstico

Ao suspeitar de herpes genital, é importante procurar um médico, que realizará o diagnóstico por meio da avaliação clínica dos sintomas. O médico verificará a presença das lesões características, como as bolhas e crostas, e poderá solicitar exames laboratoriais.

Em alguns casos, pode ser realizado um teste de cultura viral, onde o material da lesão é coletado e analisado em laboratório para confirmar a presença do vírus. Outros exames incluem o teste de PCR (reação em cadeia da polimerase), que detecta o DNA do vírus, e o exame sorológico, que verifica a presença de anticorpos contra o herpes.

Por ser uma infecção comum, o diagnóstico geralmente é feito com base nos sintomas e no histórico médico. O tratamento precoce pode ajudar a reduzir a duração dos sintomas e prevenir episódios futuros.

Diagnóstico de herpes genital

O diagnóstico de herpes genital é clínico. A partir da história do paciente e do exame físico, um profissional bem treinado consegue assegurar o diagnóstico. Existem alguns exames que, em certos casos, podem ser solicitados, como as sorologias, que são obtidas por meio de um exame de sangue. No entanto, esses testes apenas indicam que a pessoa teve contato com o vírus e podem ser mais confusos do que úteis, especialmente quando realizados em indivíduos sem sintomas.

Em situações em que há dúvidas sobre as causas das úlceras, o médico pode optar por realizar o exame RT-PCR, que detecta diretamente a molécula do vírus.

Tratamento do Herpes Genital

Herpes genital não tem cura. O tratamento é baseado no uso de antivirais, geralmente em forma de comprimidos, e tem como objetivo reduzir o risco de novas lesões e encurtar o período de manifestação da doença. A evolução típica do herpes genital segue uma sequência de vermelhidão, vesículas, bolhas e crostas, e esse processo costuma durar de 10 a 12 dias. Com o tratamento adequado, esse período pode ser reduzido em 3 a 6 dias.

É importante iniciar o tratamento o quanto antes, pois, como mencionado, metade das pessoas com herpes genital pode experimentar coceira, formigamento ou dor antes da manifestação completa das lesões. Nesse caso, o tratamento pode ser iniciado mesmo antes de todos os sintomas se manifestarem, o que pode ajudar a diminuir a gravidade do episódio.

Perguntas comuns sobre herpes genital

“Tenho herpes. Ainda posso ter relação sexual?”

Se alguém tem herpes, é essencial informar o parceiro(a) sobre o risco envolvido. O uso de preservativos pode reduzir o risco de transmissão, mas não garante total proteção. Ter feridas ou outros sintomas visíveis aumenta a probabilidade de transmissão. Além disso, mesmo sem sintomas visíveis, é possível transmitir o vírus. A comunicação aberta e o uso de proteção são fundamentais para minimizar os riscos.

“E se eu estiver grávida? O herpes genital pode afetar o bebê?”

É essencial informar ao médico sobre quaisquer sintomas durante o pré-natal. O herpes genital durante a gravidez pode causar complicações, como aborto ou parto prematuro. Se houver contato com o vírus durante o parto, o bebê pode contrair herpes neonatal, uma condição grave. Para evitar complicações, o médico pode recomendar o uso de antivirais até o final da gestação. Se sinais de herpes estiverem presentes durante o trabalho de parto, uma cesárea pode ser indicada para proteger o bebê.

“Existe uma ligação entre herpes genital e HIV?”

O herpes genital pode danificar a barreira da pele ou mucosas, o que facilita a entrada do HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Para quem já tem HIV, a presença de herpes genital aumenta o risco de transmissão do HIV para o parceiro(a). Usar preservativos ajuda a reduzir o risco de transmissão de ambos os vírus, mas não elimina o risco completamente.

Importância da educação e apoio emocional

O diagnóstico de herpes genital pode gerar sentimentos de vergonha, medo ou estresse, tanto para o paciente quanto para o parceiro(a). Esses sentimentos são comuns, mas é importante lembrar que a doença pode ser tratada e controlada. A educação sobre o herpes e a comunicação aberta entre o paciente e o parceiro(a) são fundamentais para a prevenção da transmissão. Informação é a chave para o controle da condição e para a prevenção de complicações. Se alguém suspeitar de herpes genital, deve procurar um médico especializado, como clínico geral, infectologista, ginecologista ou urologista, para diagnóstico e tratamento adequados.

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