O que é cirrose hepática?

A cirrose é uma doença grave e muito frequente. A estimativa é que mais de um milhão de pessoas em todo o mundo morrem por ano e cerca de 800 mil pessoas morrem devido ao câncer de fígado, que está associado à sua presença.

É importante saber que a cirrose é a via final de diversas doenças crônicas do fígado. Ou seja, é o resultado de agressões repetidas ou continuadas ao fígado, geralmente ao longo de anos. Essas agressões levam a uma cicatrização exacerbada, também chamada de fibrose. Essas cicatrizes vão substituindo o fígado normal e o resultado é um órgão endurecido e distorcido, o que compromete suas funções.

É válido lembrar que o fígado se regenera, mas não a parte acometida pela cirrose. Isso porque se o que está machucando o fígado persistir de forma intensa ao longo do tempo (por exemplo, a pessoa continua bebendo altas quantidades de álcool), a formação da fibrose, ou cicatriz, passa a ser maior que a capacidade de regeneração do fígado e assim a cirrose pode se desenvolver. Porém, saiba que esta evolução varia de pessoa para pessoa.

Sintomas de cirrose

Nas fases iniciais, a cirrose geralmente não causa sintomas. Eles começam a surgir quando a doença está em fase avançada. Nesse caso, a pessoa pode notar:

• Fraqueza, perda de peso, perda de apetite;
• Coceira no corpo;
• Aumento da barriga por ascite, também chamada de barriga d’água;
• Inchaço nas pernas e pés;
• Cor amarela na pele e nos olhos, chamado de icterícia;
• Nos homens pode causar aumento dos seios e disfunção erétil. Nas mulheres pode causa alterações na menstruação e na capacidade de engravidar; 
• Mudanças no comportamento, confusão mental e sonolência, relacionadas ao problema de encefalopatia hepática;
• Sangramento nas fezes ou vômitos com sangue;
• Facilidade em pegar infecções, como pneumonia e infecção urinária.

Vale ressaltar que esses sintomas surgem quando a doença está na fase avançada. Nas fases iniciais, a doença é silenciosa e não dá sintomas, ou seja, ela pode passar despercebida e progredir.

Causas da cirrose

Muitas pessoas pensam que a cirrose é causada apenas por álcool, mas isso não é verdade. O excesso de bebida alcoólica é uma das causas, mas não é a única já que existem outras doenças importantes que levam à cirrose, como:

• Hepatite B e Hepatite C;
• A doença hepática gordurosa não alcoólica, conhecida como esteatose hepática associada à obesidade e diabetes, cada vez mais frequente;
• Outras doenças menos comuns, como hepatite autoimune e doenças das vias biliares.

Na presença de qualquer uma dessas condições é preciso fazer acompanhamento com o médico Gastroenterologista clínico ou Hepatologista para avaliar o fígado e fazer o diagnóstico de cirrose o mais rápido possível.

Diagnóstico de cirrose

A suspeita de cirrose deve ocorrer através da combinação da presença dos fatores de risco, sintomas e alterações no exame clínico. Além disso, também podem sugerir este problema as alterações em exames de sangue (como queda no número de plaquetas e alteração em enzimas do fígado), alterações em exames de imagem, como endoscopia digestiva, ultrassom de abdome, elastografia hepática, dentre outros. A biópsia hepática também pode ser utilizada na prática médica.

Tratamento

No passado, era comum as pessoas pensarem que a cirrose era uma situação fixa e irreversível. No entanto, atualmente, em suas fases iniciais, é possível interromper as causas de lesão no fígado e fazer a cirrose estacionar ou até mesmo regredir. 

Entretanto, saiba que o tratamento vai depender da gravidade da cirrose, causa, idade e do estado de saúde geral do paciente. Isso porque se, por exemplo, for um paciente de meia idade com cirrose por álcool, o tratamento pode variar desde a parada do uso do álcool, até procedimentos mais complexos, como transplante de fígado nos casos mais graves.

Nos casos mais avançados de cirrose, a gravidade pode ser maior, se comparado com outras doenças, incluindo muitos tipos de cânceres. 

 Se alguém suspeita desse problema ou tem alguns desses fatores associados, como uso elevado de álcool e hepatites crônicas, deve buscar ajuda de um especialista, como Gastroenterologista Clínico ou Hepatologista.

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