Queda de cabelo (eflúvio telógeno)

O eflúvio telógeno é uma condição que provoca queda excessiva de cabelo, ocorrendo quando os fios caem prematuramente, mas de forma autolimitada ou reversível. É normal perder uma certa quantidade de fios diariamente, porém, quando essa queda ultrapassa 150 fios por dia, pode ser um sinal de alerta para um problema subjacente. Esse aumento na queda de cabelo pode ser notado ao observar uma quantidade incomum de fios na escova, no pente, no travesseiro, no ralo do banheiro ou até mesmo espalhados pelo chão da casa.

Ciclo de vida e o eflúvio telógeno

O cabelo possui um ciclo de vida normal com três fases: anágena, catágena e telógena.

  • A maior parte dos fios de cabelo, cerca de 85%, está na fase anágena, chamada fase de crescimento, que tem duração normal entre três e cinco anos, podendo durar até sete anos;
  • A segunda fase, chamada de catágena, é quando o cabelo para de crescer;
  • A terceira fase, chamada de telógena, é sobre a queda do cabelo. Ela dura em média três meses e até 14% dos fios estão nessa fase, o que é normal. No entanto, se esse número passar de 15% a pessoa tem eflúvio telógeno.

Calvície e eflúvio telógeno

É válido esclarecer existe diferença entre calvície e eflúvio telógeno: quando a pessoa tem eflúvio telógeno, no lugar do cabelo que está caindo existe outro cabelo crescendo. Isso significa que mesmo que a pessoa esteja perdendo cabelo antes da hora, o lugar está recebendo outro fio crescendo. Por isso, essa perda é chamada de autolimitada ou transitória de cabelos.

Isso é bem diferente do que acontece na calvície, em que o cabelo vai atrofiando, afinando a cada novo ciclo e não volta mais.

Como saber se a queda de cabelo é temporária ou começo de uma calvície?

Existem algumas informações importantes que devem ser reparadas:

  • Tempo de queda: normalmente, o eflúvio telógeno é um evento mais agudo, com duração menor do que seis meses. Casos com tempo maior do que seis meses são chamados de eflúvio telógeno crônico. A calvície é diferente, pois a perda ocorre aos poucos, lenta e gradualmente. Geralmente, a queda de cabelos não é notada;
  • Padrão de queda: essa é outra diferença em relação à calvície. No eflúvio, em geral, não se notam “falhas” no couro cabeludo, enquanto na calvície há rarefação capilar, com alargamento da linha do partido;
  • Relação com algum fator causal: no eflúvio telógeno é comum a relação entre um evento que serviu de gatilho e que aconteceu três meses antes da ocorrência da queda de cabelo aumentada.

Gatilhos para a queda de cabelo

Os gatilhos que podem ajudar para a queda de cabelo são divididos em três grupos:

  • Alterações da rotina do corpo: o período após o parto ou após cirurgias, interrupção do uso de pílulas anticoncepcionais, infecções e doenças acompanhadas de febre alta, doenças da tireoide, deficiência de ferro, deficiências nutricionais ou dietas muito radicais.  Em muitos desses casos, fica bem marcada a relação do evento com a perda de cabelo, por exemplo: a pessoa fez cirurgia bariátrica ou começou a fazer uma dieta restritiva para perder peso e depois de três meses começou a perder cabelo;
  • Medicamentos: alguns remédios podem acarretar para a queda de cabelo, por exemplo, alopurinol, androgênios, estatinas, anticoagulantes, anticonvulsivantes, antifúngicos, anti-histamínicos e betabloqueadores. Saiba que a queda de cabelos pode acontecer mesmo que ocorra uma simples mudança de dose;
  • Alterações no couro cabeludo, como dermatite seborreica (caspa), também podem levar a leve eflúvio. 

Tratamento eflúvio telógeno

É importante diagnosticar corretamente a doença, antes de tomar alguma vitamina ou medicamento receitado por uma pessoa. É essencial determinar a causa do eflúvio, que pode ser uma ou a combinação de várias causas. Portanto, uma consulta detalhada com o médico Dermatologista, bem como a realização de exames complementares podem ser necessários.  

Vale informar que o objetivo do tratamento é identificar a causa do problema e atuar sobre ela, por exemplo se for identificado que o problema é anemia deve-se tratar a anemia, mas se for hipotiroidismo deve-se tratar o hipotireoidismo. Dependendo do caso, o especialista pode sugerir algumas medicações que estimulam o crescimento e aceleram o processo de recuperação. Já em outros casos, a resolução pode ser espontânea, como no eflúvio pós-parto por exemplo.

É possível prevenir o eflúvio telógeno?

Se houver o diagnóstico de que a pessoa tem tendência à queda de cabelos e ela estiver diante de um evento estressor, como uma cirurgia, é possível adotar medidas de prevenção para que a queda de cabelos ocorra em menor intensidade, como o uso de algumas vitaminas ou nutracêuticos.

Vale se atentar para as informações erradas que podem ser encontradas na internet, como as receitas caseiras, pílulas milagrosas e até mesmo venda on-line de remédios importados. Lembre-se de não seguir os tratamentos sem a avaliação de um médico especialista!

Se alguém identificar um aumento da queda de cabelo por mais de três meses ou uma grande perda de cabelo na hora de pentear, ou ainda se notar diminuição de volume capilar, aumento de testa ou falhas no couro cabeludo, procure ajuda de um Dermatologista.

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Veja o vídeo com a explicação da especialista: